Quando estive na Cachoeira no ano passado, o professor Pedro Erivaldo convidou-me para fazer parte de uma Comissão que se reuniu nas dependências da Universidade, cujo objetivo era elaborar o documento intitulado “Carta ao Governador”. A aludida epístola reivindicatória seria entregue a Sua Excelência na Sessão Magna do 25 de Junho,
Durante a reunião, como o pensamento voa, lembrei-me que, numa certa ocasião, ao entrar na prefeitura, encontrei-me com os professores Adilson Gomes, meu amigo “Peixe” e dona Yolanda, esposa do meu fraterno e inesquecível amigo Manoelzinho. Os dois renomados educadores estavam elaborando a Constituição do Município da Cachoeira. A professora Yolanda que sempre me dispensou o maior apreço, pediu-me:
- Erivaldo, você que sempre tem boas ideias, sugira alguma coisa para que possamos incluir na pauta do trabalho que estamos fazendo e, posteriormente irá à apreciação e votação dos Vereadores.
Agradeci ao elogio e não me fiz de rogado, sugerindo a previsão de uma transferência da sede do governo municipal para o distrito do Capoeiruçu. Notei que ambos fizeram cara de espanto, então, teria de justificar:
- Em primeiríssimo lugar, a localização do Capoeiruçu às margens da BR 101 onde passam carros, ônibus, carretas de todo o Brasil. Alí está também o lago da barragem de Pedra do Cavalo, que faz ligação à montante com cidades importantes como Feira de Santana, e, ainda por cima, com uma rede ferroviária sendo utilizada. Melhor infraestrutura impossível.
Argumentei também que, dispunha na ocasião de uma cópia do Plano Piloto feito pela Desenvale, para a implantação da Vila Residencial no Capoeiruçu, e que acabou indo para Muritiba, por dois motivos: o inegável prestígio do prefeito Fraguinha com o governador ACM, e a letargia reconhecida das nossas autoridades municipais, preocupadas tão somente em nomeações para os seus correligionários.
Quando estava secretário municipal, na primeira gestão de Ariston Mascarenhas, -desculpem-me a imodéstia-, batalhei e consegui levar o IAENE para o Capoeiruçu. Existem testemunhas da época, e até uma Ata de Reunião na Câmara de Vereadores quando da assinatura da Escritura de Compra e Venda da propriedade rural do senhor Clóvis Chastinet
Voltando a sugestão apresentada aos professores Adilson e Yolanda, acredito que foi incluído, sim, um artigo prevendo tal mudança sem determinar data, como aliás se deu com a nossa Capital da República. Soube, depois, que o maior latifundiário do local exerceu pressão e o referido artigo foi retirado da Constituição Cachoeirana. O jogo ficou empatado em um a um, porque eu havia feito o primeiro gol ao levar o IAENE, fato que havia deixado o latifundiário muito chateado tendo em vista as suas pretensões expansionistas.
Na Carta ao Governador do ano passado, fiz duas sugestões; a primeira, a criação da Zona Franca do Porto da Cachoeira, a exemplo da existente em Manaus, com total isenção de impostos. Acredito que tal medida iria atrair investidores de peso para o município e outras cidades, prioritariamente a vizinha São Felix, muito teriam a usufruir.
A outra sugestão, seria a assinatura de um convênio entre a prefeitura e o governo estadual, para, com a supervisão do IBGE local, realizar um Censo Cultural. Já passou da hora de termos cadastrados os que trabalham com pintura, costura, escultura, guloseimas, pratos típicos, artesanato em geral, renda de bilro, charutos, enfim, uma gama de coisas que a gente nem imagina e que pode render ganhos aos cadastrados.
Creio que são ideias exequíveis, e que, infelizmente não foram levadas adiante.
Erivaldo Brito, Rio de Janeiro - Junho/2011
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